sábado, 26 de março de 2011

"Eu estou condenado a ser livre."


( ... ) John acaba de tomar uma decisão, talvez a mais importante de sua vida até então. Ele, naquele exato momento tinha decidido desistir do amor.
'' Por que me apegar ao que até hoje só me machucou ? Por que continuar infinitamente no mesmo erro ? Por quê ? '' Eram os pensamentos e palavras tolas que fizeram John escolher essa caminho, aparentemente '' mais fácil ''.
Bom, então a partir daquele noite, ele selou um pacto consigo mesmo. Ele mudaria toda sua vida. Viraria a página. Começaria uma nova vida na verdade, aonde seu novo nome seria Oportunista, seria um eterno solteiro, egoísta que adoraria números ímpares.
E, sinceramente, essa mudança inicialmente fez bem para ele. Depois de tudo que passou, conseguiu finalmente secar os resquícios de lágrimas dos seus amores fracassados.
Como ele trabalhava a semana inteira, ele não tinha muito tempo para sair. A não ser nos finais de semana. Os dois únicos felizes dias da sua semana. Os únicos dias agitados com os quais ele sempre passava com mulheres e nunca com as mesmas. Repito, sinceramente, ele adorou essa nova vida na sua origem.
Depois de algum tempo os problemas começaram a vir à tona. Só aquilo, o envolvimento de final de semana, já não era o bastante, já não o satisfazia como antes. Havia perdido a graça. Passar cinco dias em casa sozinho já não estava sendo mais tão agradável assim.
Então, para suprir esse vazio, ele decidiu que tinha que ocupa-lo. Como não gostava de animais, ele nem tentou ... passou reto por eles. No fundo, ele sabia com o que deveria preencher aquele vazio. Ele só não queria voltar atrás, seu orgulho não o deixava. E ele, provavelmente não saberia mais como fazer. Aquela identidade, o '' Oportunista '', estava o matando aos poucos ... ele se encontrava em meio há um ''pesadelo'', do qual ele mesmo criou e nunca despertaria.
A ideia de abdicar do talvez, sentimento mais puro da vida, não parecia tão certa agora. Ele via como se tivesse desistido da vida... e parecia que ela estava desistindo dele também.

Fabricio Iori

sábado, 5 de março de 2011

Simplesmente Dramático


Ele era um cara normal. Talvez nem sempre, mas em geral, ele era uma pessoa simples. Adorava curtir o tempo na companhia dos amigos, escutar música boa... não essas merdas que existem hoje em dia. Se ele pudesse, viveria na rua ... faria dela sua casa. Casa da qual ele tem desprezado nos últimos tempos, casa que ele só gosta quando se está sozinho, quando ele à transforma no seu santuário, no seu templo. Ele se via como um ser dramático ...
No alto da sua normalidade, ele continha alguns super poderes... o que mais o agradava, era sua ''habilidade de transformar tudo em festa'', nas maioria das vezes, ativada quando perto de seus amigos. Dentre outros poderes, talvez o que mais odiava, era a sua habilidade de falar coisas sem pensar, assim deixando para trás uma legião de bons amigos que ele poderia ter formado ... mas por uma palavra, uma simples frase não se concretizaram.
Ele começou a entender que as palavras eram muito mais que um punhado de letras misturadas que saiam de sua boca. Tudo aquilo que ele dizia, tinha muito mais poder do que ele um dia teria. Hoje, ele tenta se cuidar mais, não ocasionar situações constrangedoras para ele, e para quem se aproxima do próprio. Mas mesmo assim, obviamente, ele ainda comete seus deslizes, então ele para e pensa: É normal cometermos erros ... ainda mais quando se é uma criança... habitando a carapaça de um adulto.

Para pessoas orgulhosas...

Fabricio Iori

Exílio

Após alguns meses de férias, que se estendem por muito mais tempo do que férias comuns, acabo relatando efeitos colaterais que geram de certa forma um angustiante aumento do tédio. Ver seus amigos começando seu ano, indo para a escola ou faculdade, enquanto você espera quase um mês para as suas aulas começarem, tendo de ficar em casa apenas cortando grama e cuidando de cachorros, sem quase nenhum contato com amigos.
Eu descrevo como uma espécie de exílio, psicologicamente falando, pode parecer um pouco exagerado, é bastante, mas não justifica ficar sentado boa parte do dia olhando para a entrada da casa à espera daquele chamado pro futebol do fim da tarde (praticamente extinto, por conta de lesões de pessoas insubstituíveis) ou com o ouvido no telefone jurando que é um “vamo no shopping” ou “vamo lá no LP passa a tarde sem faze porra nenhuma”, ah tardes em Belém... os melhores momentos, filmagens do 1ª e 2ª anos, jogos de futebol e “american football” como meu bom amigo neny se refere, entre outras ocasiões como pizza, churrasco, almoço da vó do LP, tristeza na copa, alegria de alguns pela Holanda... Momentos que serão raros de agora em diante, até porque esse ano ao contrário do passado será praticamente de estudos.
Continuando com o meu exílio, que irá perdurar por mais um bom tempo, tenho que relatar coisas que me mantém ativo durante o dia como a minha irmã, não porque eu gosto dela, mas porque eu gosto é de enche o saco dela, como colocar gelo nas costas dela enquanto ela dorme e ver ela pulando da cama, ligar o ventilador na cara dela ou ficar dando sustos dos mais diversos nela, isso me lembra um ditado de um programa que eu vejo bastante “Irmãos são inimigos mortais, assim como escoceses com o resto do mundo”,bem, é a TV também me salva. Outra coisa que me mantém vivo são os cachorros. Não é por acaso que são chamados de melhores amigos do homem, e acabaram virando bons amigos meus, passo a tarde brincando com eles, e já começo a entender alguns gestos seus, eles já me entendem, eu não estou ficando louco, é apenas o tédio.

Lucas R.

Um ano de muita..?

Na verdade, o blog fez um ano em janeiro, mas oficialmente ele começou à um ano atrás, no dia 5 de março...Foi um dia muito louco, eu e toda a equipe do blog visitamos um prostibulo da mais alta classe e nos fartamos e depois enchemos a cara para comemorar o começo do nosso maior investimento, ta mentira, sei lá de onde saiu o 5 de março.
Mas é muito orgulho que a Equipe Hum é Mesmo, sente, sabendo que um projeto era pra ser um passatempo, durou tanto tempo, mais que qualquer relacionamento de qualquer integrante do blog, portanto o blog se mostra como o negocio mais bem sucedido até hoje de nossas vidas.
Foi um ano de muita luta, muitas entrevistas, muitas drogas, muitas rapidinhas com fãs antes de ser entrevistados pelo Jô e tudo mais e sério, eu disse pro Fabricio não cortar o gordo no meio da entrevista, agora nunca mais vamos lá, desculpem...
Passaram por aqui aliens, argentinos, pedófilos e todo o tipo de gente que nós convivemos...Enfim, uma grande parte do nosso pouco aprendizado da vida prática passou por esse blog, caso você, amado leitor ainda esteja lendo isso, nosso obrigado. Obrigado por continuar nos lendo mesmo sabendo da falta de modestia, da raiva da concorrencia e até de nós deixarmos argentinos e pedófilos escreverem, mas sério, eles são gente boa.
Novos posts viram, novos projetos de escritores virão, mas nós continuaremos aqui, com muito sucesso e genialidade.

Matheus.

terça-feira, 1 de março de 2011

"Hospício"


Era para ela a melhor metáfora para falar do mundo atual. Muita violência, muita doença, muito desequilíbrio...
Pensar naquilo tudo a cansava, ela se lembrava das vezes que tentou ser gentil amável e tudo que recebia em troca era fúria vil e injustificável. Ela acreditava num futuro melhor, mas tudo a levava a pensar em fugir, que seria melhor se ela se trancafiasse em um mundo sem ilusões, sem medos, fugindo de tudo que poderia feri-la.
Nós tentávamos tirá-la daquela prisão. Eu mais do que ninguém tentei devolve-la aquele brilho no olhar, aquela vontade de enxergar um futuro melhor. Ela dizia que uma vez perdida aquela inocência, aquele otimismo, era impossível voltar atrás.
Hoje em dia ela caminha pela obscuridade do local que um dia ela chamava de hospício, aprendemos a conviver com o medo, vimos novas gerações de sonhadores nascer, muitos dos valores pelos quais ela lutava hoje eram tidos como leis, algumas coisas continuam no mesmo lugar, a maldade sempre haverá, mas ela não está mais aqui para ver, tudo porque um dia ela se recusou a acreditar que poderia ser melhor...

Matheus Menezes.