segunda-feira, 10 de maio de 2010

Todo fim é triste.


Aos meus 55anos, eu estava no velório de um grande amigo. Estava tentando entender o ''por que'' da morte do meu amigo ( é só um palpite, mas será que a batida de seu carro à 120 km/h num poste tem alguma coisa a ver com isso ?!?! ). Meu amigo ainda era jovem, mais do que eu pelo menos.
Com 35 anos, ele se foi cedo. Perdeu tanta coisa, ainda tinha tanto o que viver. Quem sabe se ele não tivesse feito tanta idiotice, sido mais ponderado, se não tivesse sempre extravasando, fazendo merda o dia todo, se ele escolhe-se os ''caminhos'' mais fáceis, se ele anda-se na linha como eu, talvez... hoje ele não estaria deitado numa caixa de madeira.
Será que nessa curta vida que levou, ele foi feliz? Pensando sozinho, eu acho minha resposta: Sim, ele foi feliz. Tudo o que ele sempre sonhou em ser e fazer, ele conseguiu. Uma pessoa de pensamento rápido, fazia tudo o que vinha a cabeça. Ele corria atrás de tudo aquilo que queria. E eu posso afirmar que ele não queria o normal, e sim o inesperado, o ousado. Ele viveu tudo aquilo que pode.
Agora, fazendo na minha cabeça, uma pequena comparação entre nós dois, da sua vida e da minha, eu me dou conta de que, apesar de estar com 55 anos, não vivi um dia sequer da minha vida. Sempre fui o cara certinho, respeitador das regras.... e isso deu certo para mim? Até aonde isso me levou? Talvez à uma mulher que, depois de 20 anos de casada,eu tenho certeza que não me ama mais ( nem eu à ela ), e um filho quase adulto, que para ser sincero, eu não me importo muito, ou me importava. Como eu deixei minha vida se resumir à isso...
Eu espero o término do velório. Vou para o ''estacionamento''. Entro no carro. Volto direto para casa. Ao abrir a porta de casa, vejo o vulto do meu filho indo para a cozinha. O sigo até lá. Ele está sentado comendo um sanduíche. Puxo uma cadeira, me sento e pergunto: ''Como está o ultimo ano do colégio guri?'' - ''Normal pai, chata como todos os outros. É só um lugar para se aprender.... só isso. Nunca nos divertiremos lá''. Tomo a palavra : ''eu tinha um amigo que concerteza , discordaria com isso''. Esboço um sorriso. Para, e então completo: ''Você me conhece e sabe que eu não sou de dar conselhos a não ser os que me pede, mas por favor, ouça esse e tire o máximo de proveito que puder : Viva sua vida garoto. Pense nas suas opções e nas escolhas.... nem sempre o caminho mais fácil é melhor que o da dor. Aproveite ao extremo filho, como se todo dia fosse o ultimo.... aproveite, tudo aquilo que seu velho não aproveitou''. A sala fica em silêncio. Um tom de reflexão está no ar, até que me levanto e com um expressão fechada digo: ''Bem, boa noite. Vou me deitar, pois amanhã... minha vida volta a sua pacata rotina''.

Fabricio Iori

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Darkness


Ritmo acelerado é o que sinto quando estamos próximos.
Isso me alegra, por mais que eu saiba que a cada fala sua, um pedaço de mim é jogado fora.

Uma falsa imagem criamos juntos.
Tudo porque não queremos mexer em nossas feridas
ou simplesmente porque não estamos prontos.

Nessas horas de reflexão que entendo...
Que quanto mais tentamos nos aproximar, mais na escuridão estamos;
Cada vez que tento fugir de seu olhar mais ele me aprisiona;
E toda vez que nego este desejo ele tende a se intensificar e ameaçar me destruir...

...e no fundo eu sei, que seu sorriso pode iluminar as trevas que me dominam.

Menezes, Matheus.
"Na ausência da luz, o que prevalece é a escuridão." ( Casa do Lago )